
Games feitos sob encomenda substituem tiros por raciocínio lógico dos agentes secretos.
Além de economizar gastos, tecnologia pode incentivar recrutas da nova geração.
O Departamento de Defesa norte-americano investiu 2,6 milhões para aprimorar o treinamento de seus 4 mil integrantes do serviço secreto. Mas o dinheiro não foi aplicado em armas ou dispositivos dignos de James Bond - os milhões fizeram parte de um acordo com o estúdio Visual Purple para a produção de três jogos de computador, informa a revista Wired.
Sem armas, nem tiros, o jogador deve usar a cabeça nessas simulações em ambientes 3D para solucionar seqüestros, identificar causas de atentados e exercitar os aprendizados da carreira.
A revista Wired testou os três jogos do Departamento de Defesa e resume: "são uma mistura surpreendentemente inteligente, e às vezes surreal, de educação, humor e desafio intelectual, que faz o jogador pensar".
A aposta nos games tem duas razões: buscar uma aproximação com a "geração Y", que cresceu jogando, e economizar o treinamento dos agentes que estão espalhados por locais estratégicos.
Em entrevista à Wired, o chefe do centro de treinamento do Departamento de Defesa, Bruce Bennett, diz que uma hora de jogo equivale a uma hora de instruções em sala de aula, o que representa economia com deslocamentos e estadias.
Cessar fogo
Em "Rapid onset", o jogador sonha que está caindo de um penhasco, empurrado por seu "guru". Ele pode se reerguer e subir de volta por uma corda, mas desde que responda sem errar quais são os princípios da "análise de inteligência". Quando acorda, vai ao trabalho e seu chefe (idêntico ao guru), pede que ele analise as razões por trás de negociações entre empresas russas e chinesas - e então as questões analíticas voltam à tona.
Os outros dois jogos têm explosões, atentados e reféns. Mesmo assim, o jogador deve usar mais a cabeça que o gatilho. "Vital passage" mostra um petroleiro sendo atacado no Golfo Pérsico em 1988. Ao jogador resta descobrir quem atacou e como foi o ataque. Já "Sudden thrust" muda o cenário para Nova York, onde terroristas seqüestram um petroleiro e o jogador é obrigado a investigar a situação para enviar relatório ao secretário de defesa.
Os oficiais esperam que situações assim incentivem a análise de fatos sob pressão e a tomada de decisões delicadas. Os jogos podem durar até três horas.
O próximo avanço, segundo John Prados, designer de jogos entrevistado pela Wired, é transformar esses jogos em experiências de multijogador, para que os agentes possam trocar informações entre si.




Nenhum comentário:
Postar um comentário