sexta-feira, 18 de abril de 2008

'Pro evolution soccer 2008' preserva tradição da série 'Winning eleven'


Jogo de futebol da Konami troca inovação por preocupação com detalhes.

Partidas estão mais rápidas; mistura de times resulta em campeonatos exóticos.
O tradicional "Winning eleven" mudou de nome: "Pro evolution soccer", na tentativa da Konami de unificar o rótulo das versões japonesa, americana e européia do jogo que há pelo menos sete anos é sinônimo de futebol virtual para muitos. A série é presença garantida na concentração de jogadores de futebol e é considerada uma das responsáveis pela popularização do PlayStation 2, principalmente no Brasil. O que não quer dizer que o jogo seja perfeito, ao contrário do que o exército de fãs costuma jurar. A edição 2008 traz poucas melhorias em relação à última versão - analisamos aqui o jogo de Xbox 360. Dentro de campo o toque de bola e a movimentação dos cabeças-de-bagre estão mais rápidos que nunca, beirando o exagero. Fora das quatro linhas, a tentativa de dar um ar "descolado" não "colou": a Konami ainda precisa de muitas aulas sobre trilha sonora e menus de apresentação.


Resto do mundo


Na capa do jogo, ele, o "astro do Manchester", "o menino de ouro de Portugal", o "filho de Van Basten": Cristiano Ronaldo. O que não confere nenhuma vantagem ao jogo, só significa que o garoto não pode ser relacionado com ímpeto ao "Fifa", o concorrente produzido pela Electronic Arts.


Se você quer ter Cristiano no seu time, não adianta procurar por Manchester United na lista de equipes. A novela "Licenciamento de times" obriga a Konami a driblar certas imposições contratuais. Os "red devils" de Manchester, no caso, são chamados de "Man Red" em "Pro evolution soccer 2008", o que só contribui para a salada de nomes, uniformes e distintivos. Ao disputar uma Master League, uma escolha desatenta de times pode resultar em aberrações futebolísticas como o Barcelona precisando vencer o River Plate para encostar no Celtic. Divertido, mas irreal.


Dentro e fora



Dentro de campo, "PES 2008" não mexe no time campeão: liberdade de movimentos, naturalidade de dribles e chutes, jogos realmente imprevisíveis. O fator "nova geração", porém, não foi explorado com competência. Tudo que se vê é uma leve melhoria sobre a versão anterior, seja nos dribles mais precisos ou nos puxões de camisas e carrinhos.


A reação dos jogadores, porém, está mais natural. Eles reclamam de cartões, empurram adversários, cavam faltas e entram no clima de uma partida disputada, o que também se reflete nas comemorações. Depois de um gol de virada aos 49 minutos do segundo tempo, por exemplo, Raúl, do Real Madrid, corre enfurecido à linha de fundo, arranca a bandeirinha de escanteio e a agita no ar - mas depois devolve.

Mas essa emoção que sobra dentro das quatro linhas não dá sinais de vida nos menus - a apresentação de "PES" continua um problema para a Konami. A trilha sonora reúne 59 músicas que, do hip-hop ao rock, reproduzem as batidas e ritmos mais genéricos que um jogo desse porte poderia oferecer. Os menus de gerenciamento foram simplificados, mas ainda estão longe de facilitarem a vida do jogador. Nessa praia, "PES" tem muito a aprender com "Fifa".


Só pela diversão


Deve ser um obstáculo complicado: como inovar um jogo que, dentro de campo, já atingiu status de unanimidade há pelo menos cinco anos? Talvez a Konami pudesse olhar para fora do campo e renovar suas músicas, seus menus e o modo de partidas on-line, ainda complicado e limitado perto da concorrência de "Fifa".

Sem dúvidas, "Pro evolution soccer 2008" continua divertido e empolgante, e é garantia de sucesso em qualquer roda de amigos. Mas, com a nova geração de consoles se estabelecendo no mercado, os jogadores esperam mais que "gráficos bonitos" e "alguns novos detalhes" a cada novo lançamento.


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